Beladona era a maior actriz de expressão de língua oficial portuguesa. Tinha o mundo do espectáculo a seus pés. Indiferente à agro-pecuária, vivia de noite com as corujas e esbarrava com volúpia em aventuras amorosas, em voos rasantes de morcego. De tanto esbarrar deu à luz um lindo menino na clandestinidade. Bebé que Beladona nunca viu, pois foi dado como morto em plena campanha de parto. E partiu aos seis minutos de vida para o peito de uma suposta mãe. Assim fora abafado o escândalo pelo empresário e produtor, que só viu em Beladona uma máquina de fazer dinheiro e não meninos. Anos e anos se passaram e, numa noite em que a força do destino português se cantava numa casa de fado, o acaso põe frente a frente a mãe e o filho da dita.