França – Um menino sujo e maltrapilho corre até a praia. Olha sorrindo para o mar, durante breves segundos, até perceber que está sendo perseguido por guardas a cavalo. Leva um golpe de fuzil no rosto e a cena escurece. Durante a 2ª Guerra Mundial, os órfãos dos combatentes franceses eram entregues a Centros de Educação Vigiada. Aos 14 anos, Yves Tréguier já passara por vários, sendo transferido sempre que tentava fugir. Seu sonho era chegar ao porto e embarcar num navio para Nova Iorque. Guardava com carinho um Atlas, onde percorria imaginariamente a viagem.
A realidade nas casas de correção era quase insuportável. Além da falta de instrução escolar, quem chegava analfabeto assim permanecia, havia o abuso por parte de alguns internos mais fortes e uma disciplina opressora por parte das autoridades. Era preciso sobreviver a cada dia. As amizades confortavam e o trabalho distraía os adolescentes prisioneiros.